Crônica: Bolo queimado



Enrola, rola, embola. Um dia chuvoso, as crianças brincando, cheiro de bolo pela casa. Ah, a preguiça! Tudo finamente orquestrado para que ela reine, impere e exija. Sim, ela é exigente, deseja mais e mais tempo; tem fome, convida sorrateiramente a gula. A sonolência é inevitável! Não muito depois, chega a irritação, o som das crianças brincando, antes doce, passa a ser insuportável, e logo vem ela, a ira, vestindo trajes de autoridade, esbreveja. As crianças desafiam, seguem a brincadeira a seu tom, o bolo queima. O cheiro amargo se espalha pelo o ar. A suave doçura do dia chuvoso escorreu, dando lugar ao caos. Até a umidade incomoda! E tudo começou com ela, a preguiça, a qual muitas vezes vem fantasiada de descanso.

Ora et labora. São Bento, em três palavras, dá o remédio para a preguiça.

Sigamos o raciocínio: Deus tudo criou. Portanto, crio o chronos (tempo). E tudo foi criado para sua Glória. Se desperdiçamos o tempo, desperdiçamos a Glória de Deus. Fácil é visualizar que a preguiça é uma não-oração e um não-trabalho, ou seja, desperdício de tempo. Assim, a preguiça é uma afronta a Glória de Deus.

Que o Santo Espírito nos dê discernimento para que possamos reconhecer o justo descaso e a vã preguiça. E assim guardaremos na memória a doçura extraordinária da vida ordinária.

Salve Maria Santíssima!

Comentários

Postagens mais visitadas