Conto: As aventuras do Texugo - Sapos saltadores

 Para minha amada filha.



As aventuras do Texugo são pequenos contos que invento para entreter minha filha nos mais diversos momentos. E tudo começa com Era uma vez uma menina apaixonada por texugos...

Podemos dizer que os texugos não são lá muito dados a banhos, alguns passam a vida toda sem entender a necessidade, então não é incomum encontrar algum desses amáveis animais um tanto quanto confusos quanto ao modo de realizar essa atividade tão pouco habitual. É o caso do nosso Texugo, ele acreditava que deveria lavar-se com muita espuma - muita mesmo.

Certa vez, o Texugo havia acabado de retornar de uma ida ao mercado, trazendo consigo muitos itens entre eles sete tubos de xampu. Após guardar tudo que havia comprado, decidiu tomar um banho, já fazia muitos meses que não se limpava. Ligou o chuveiro, a água quentinha escorria pelo seu pelo, uma sensação tão agradável que o Texugo quase pensou em fazer do banho uma prática semanal, mas essa ideia logo saiu de sua cabeça quando pegou o primeiro tubo de xampu e despejou em seu pelo, esfregando-se diligentemente. Ah, aquela deliciosa textura da espuma! Quando o primeiro tubo chegou a fim, o Texugo pegou mais um e repetiu o processo até que o tubo estivesse vazio. Assim ele fez pela terceira vez, quarta, quinta, sexta e sétima vez. Ele havia usado todos os sete tubos de xampu que havia comprado e mal se dera conta de que o banheiro agora estava quase todo cheio de espuma.

Decidido a acabar com aquela espuma toda, começou a puxar com as patas a espuma em direção ao ralo, mas quanto mais o Texugo agitava as mãos mais a espuma crescia. Não levou muito tempo até que o Texugo estivesse com espuma até os joelhos. Abriu a porta do banheiro e a espuma se espalhou pela casa, agora num nível mais baixo, ficando apenas com os pés mergulhados naquela deliciosa espuma. Infelizmente, lembrou-se de que o chão da casa não era um bom local para se ter espuma. Pegou panos e vassoura; e num empurra daqui, esfrega de lá, a espuma começou a aumentar.

O Texugo estava agora desesperado, tentava a todo custo empurrar a espuma para o ralo. Não demorou para que as espuma estivesse agora abaixo de seus ombros. Debateu-se tanto em busca da porta de saída de casa que a espuma aumentou ainda mais, de modo que só se via agora os olhinhos do pobre Texugo.

Finalmente, ele conseguiu sair de sua espumosa casa e sentou-se numa das pedras de seu jardim para pensar. Lembrou-se de ter passado pelo lago certa vez e ver uma placa "SAPOS SALTADORES, LIMPAMOS ESPUMAS". Então, levantou e pego o caminho em direção ao lago, passou em frente a casa da Coruja que o observou com olhos arregalados. Os animais da floresta costumam dizer que a Coruja tomou um susto tão grande numa das brincadeiras da Doninha que seus olhos ficaram abertos daquela forma permanentemente. Mas essa é outra história!

Ao chegar no lado, ficou ao lado da placa procurando com quem falar sobre seu problema espumante. Logo um sapo apareceu e perguntou se o Texugo estava com uma questão de espuma. Ele explicou toda sua história e solicitou ajuda imediata. O sapo foi até o local e fez sua avaliação, "Serão necessários ao menos vinte sapos dos mais jovens e fortes e em dois dias conseguiremos lhe entregar a casa seca, já que limpa ela está" 

Nosso amigo Texugo precisou sair de casa e passar esses dias na casa de sua amiga Doninha. No dia seguinte, ele foi até sua casa para ver os sapos trabalhando e... era incrível. Mais de vinte sapos pulando ao mesmo tempo, suas patinhas destruindo cada pequena bolha da espuma, já haviam liberado o quarto e o corredor. Ouviu alguns sapos do lado de fora de sua casa conversando. "Com certeza essa é casa com mais espuma que já trabalhei.", disse um dos sapos. "Sem dúvida, tem mais espuma aqui do que na casa da Toupeira no ano passado", comentou outro. "Quanto tubos de xampu será que ele usou, mais de quatro pelo menos", quis saber outro sapo. Ouvindo a conversa, o Texugo respondeu que havia usado sete tubos e todos se impressionaram, era a casa mais espumosa que haviam estado.

No caminho de volta para casa da Doninha, o Texugo ficou pensando quanto seria necessário de xampu para se lavar. Logo afastou esse pensamento, pois a resposta lhe veio imediatamente: menos de sete. Ao fim do segundo dia de serviço, ele volta sua casa e encontra o sapo que lhe diz que está tudo pronto, ele pode voltar a morar em sua casa. Assim, o Texugo voltou para sua casa. Agora ela estava seca, não todas as partes dela, pois ele ainda encontrava uma bolha ou outra dentro de um armário e outro.


Este texto passará por novas revisões.


Salve Maria Santíssima!

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